quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Um brilho turvo, no cosmo distante...

Aquela estrela eu vi brilhar como nenhuma outra jamais brilhou...

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Eu a vi isolada, solitária, como uma borboleta em seu casulo, esperando estar preparada para enfrentar o desconhecido. Pude vê-la sorrir, buscar com seus amigos no espaço. Variavam entre cometas e buracos-negros. Porém, havia algo diferente em seu brilho, pois não cintilava tanto quanto parecia ou deveria, estava ofuscado, fosse por alguma mágoa ou remorso, perda ou desapreço.

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Ela havia construído sua própria "torre de babel", esperando, assim, alcançar seus objetivos mais elevados. Mas era esse o seu erro, pois jamais precisara, de fato, qualquer feito histórico para ser lembrada. Sua memória residia em sua essência. Seu brilho nunca se apagara, apenas havia algo que impedia, inclusive ela mesma, de enxergar sua real potência.

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Eu a vi desmoronar em prantos, entregando-me seus pesadelos, suas culpas... Acabei sentindo nela, e por ela, algo que havia muito não sentia por alguém. Confiança... E foi assim, por meio da confiança, sendo esse um sentimento recíproco, que eu pude então ajudá-la em sua fraqueza, empurrá-la de volta ao seu espaço de liberdade e sabedoria infinitos, onde seria feliz. E isso me tornou feliz...

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Eu vi seu brilho, antes ofuscado, agora ofuscando a visão de quem, um dia, chegou a duvidar de sua capacidade. Pois uma estrela nunca morre de fato, após a supernova, vem o silêncio, e é possível daí, observar o espetáculo de sua essência se misturando ao cosmo, fazendo dele seu eterno repouso...

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Tão bela quanto uma ninfa, tão inocente quanto uma criança, tão rebelde quanto eu... Me espelhando em seu esforçado sorriso, me entregando ao seu poderoso jeito de me cativar, me vi envolto por suas melenas, caminhando em sua estrada. Queria eu poder dizê-la tudo que sinto, mas, quem sabe, seja melhor continuar escondido sob esta máscara de covardia, afinal, é minha única proteção...

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E se eu devesse sessar de me proteger o tempo todo? E se eu devesse me entregar de corpo e alma, novamente, acreditando que tudo dará certo? Não é isso que ela vem me fazendo acreditar? Que basta tentar que tudo se torna possível? No fundo eu só preciso parar de delirar e encaixar os fatos, encarar a realidade, distinguir o que pode ser possível do definitivamente impossível...

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É estranho pensar que mesmo estando perdido, por pouco tempo que fosse, estaria aqui agora, cerebrando sobre alguém que não mal conheço mas que há pouquíssimo tempo. Um período curto demais para me dar a liberdade de dizer que estou envolvido (amando).

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Penso nela, logo existo... Conceitos formados, métodos exagerados, pensamento avoado, um simples piscar de olhos e tudo se faz presente ao mesmo tempo, como se nada tivesse ido embora, apenas se escondido, esperando o momento oportuno para me afrontar. Meus medos, minhas angústias, traumas, pesares, e até um ponto minúsculo de esperança que já estaria se transformando em pó, despejei aos seus pés, querendo, de certa forma, que ela me ajudasse a procurar o pouco de mim que ainda restara vivo... Pulsando...

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Preciso de coragem!!!

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Seu sorriso mais doce e seu olhar mais sincero, transmitiram a mim uma sensação de êxtase que outrora acreditava não poder desfrutar... É torturante a ideia de que jamais haverá algo entre nós, espero que não passe de uma ideia. E como ela sempre me diz: "Só não consegue, quem não tenta".

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Por meio de parágrafos mal escritos e de um português nada impecável, faço-lhe entender, ao menos, uma parte dos sentimentos que cativei ao longo desses tão poucos dias... Um fato curioso é que, mesmo tendo-o sentido apenas por algumas horas, seu perfume ficou gravado em mim, na minha mente, no meu coração, para que eu jamais esqueça aquela que se tornou a pessoa mais importante para mim, assim de repente, sem que eu esperasse...

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Sua voz é como uma melodia. Seu tom ao me atender é sereno, como se estivesse aliviando-se de certa forma. Ouvir sua risada agora é uma necessidade da qual não pretendo fugir. Seu jeito, me encanta, suas palavras de força me inspiram... Ela me inspira!!!

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Queria tê-la mais perto, poder abraçá-la. Como se eu fosse terra seca e infértil, ela veio e semeou em mim uma singela semente de carinho que, com um poder descomunal, germinou e me reergueu neste colossal monumento de paz em que me encontro neste exato momento. A paz que sinto ao lembrar suas doces palavras, seu doce rosto, seu doce jeito...

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Como uma teoria que conspira contra algo, tento relembrar onde foi que perdi meu senso de auto-defesa, aquele escudo que, até então, me protegia contra injúrias e ilusões. Para ser sincero, espero não mais encontrá-lo, pois, a maior parte de minha covardia era uma prévia dessa "proteção". Agora eu quero me arriscar, quero pegá-la pela mão e levá-la ao monte mais alto onde, estando sós, revelarei meu verdadeiro sentimento, escondido nas profundezas do meu coração, e que não vê a hora de partir em direção do coração mais puro que já conheci... O dela...

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Afinal, o que poderia haver de tão errado em ouvir um "não"? Uma palavra sublime, simples e de impacto profundo... Ela não seria capaz de me machucar, não dessa forma, pois ouvir o seu "não" seria apenas uma forma de me alertar a deixar a correnteza fluir, não impedindo a passagem de muitas coisas boas que ainda estão por vir. Daqui para frente, seguirei esse pensamento como um estilo de vida, assim, tudo se torna mais fácil, e a realidade, ao menos palpável...

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Será para sempre minha. Onde quer que esteja, a pessoa que me encantou e que jamais arrancará de mim um sorriso falso, uma despromessa ou uma gota sequer de ódio, será sempre um monumento, marcando a mudança mais drástica da minha vida, pondo um ponto final em toda a discórdia que um dia me fez pensar em morte e sofrimento perpétuos. Só tenho a agradecê-la, não apenas por ter me tolerado, mas também por ter sido capaz de mudar quem nunca ninguém mudou... Eu...

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Naquela noite, um certo rapaz, provido de suas próprias preocupações, olhou para o céu e, sem dificuldade, contemplou um brilho turvo, no cosmo distante...

                                                                                 ...


                                                                                                      (Um texto egoísta, de um autor egoísta).

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