quinta-feira, 3 de março de 2011

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Maldito vício que me consome, como se fizesse parte de mim e de minha alma, é pior que todas as batalhas pelas quais já passei, é irritante, faz minha raiva arder em chamas. Meu sangue sobe à cabeça, minhas veias quase estouram, olho minhas mãos sujas e percebo o que fiz, percebo que, mais uma vez, fui fraco o suficiente para deixar o vício tomar conta de mim e me tornar incapaz de lutar contra mim mesmo.
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Maldito eu, que se deixa ser fraco assim. Bastava um pensamento, mas só agora encontro essa solução, a única solução. Maldita raça humana que conseguiu me fazer tornar parte dela, agora sou mais um doente mental que não possui controle, tanto sobre a própria mente quanto sobre o próprio corpo. Preciso recuperar meus sentidos antes que ele volte.
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Alguém bate à porta, essa porta feita de nada, atendo e, mesmo sabendo quem é, permito que entre e se aposse de todo meu ser e crie domínio sobre mim, minha mente, minha alma, até meus movimentos. Socos no ar me fazem lembrar o tempo em que estive perdido, sem absolutamente ninguém que estendesse a mão e me dissesse: "Venha, eu te ajudo!". Parece até que foi ontem o dia em que estive numa cama de hospital, com um acesso na veia, recebendo doses cavalares de remédio para acalmar os nervos, perdendo meu sangue, pelo qual tanto zelo e, a pior parte, ela não estava ao meu lado. Pensando melhor, não parece que foi ontem, realmente foi ontem.

quarta-feira, 2 de março de 2011

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Mais um dia no inferno, sem ela, sem ninguém, somente eu e meu subconsciente. Sendo enganado constantemente pelo que parecia tão real, eu estava vivendo aquele momento, um momento só meu, de todos. Éramos eu e minha mente, brigando como dois dragões, numa disputa, tanto pela sobrevivência quanto pelo medo de se perder em trevas. Mas venci, e, além de mim, só há uma pessoa que sabe qual foi minha motivação para tal feito.
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Uma luta admirável, nem ao menos falta de respeito havia entre nós. Ele era tão forte quanto eu, mas eu reagia e, de qualquer forma, sempre conseguia derrubá-lo. Mesmo assim, foi difícil derrotá-lo de vez, derrubá-lo e não deixá-lo mais levantar, ou poderia acabar comigo. Sua sede de sangue, nua e crua perante seus olhos, era tão forte quanto a minha, éramos irmãos, interligados e inimizados.
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Seja o que for que tenha acontecido durante um certo tempo em que não pude reagir devido ao cansaço, sei que foi ele quem fez, e, dessa vez, não teve ajuda de ninguém, nem precisou, pois meu repouso se deixou ser em seus próprios braços, fui enterrado junto à minha dignidade, aquela que nunca tive. Por sorte, só Deus sabe como e porque, venci a mentira e agora estou em pé novamente, pronto para mais uma batalha, e quantas mais forem necessárias.